O QUE SOMOS?

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Rio Grande do Norte
.“O chamado staff científico é composto por estudiosos de várias áreas, especialmente teóricos do teatro e antropólogos, ligados a universidade e centros de pesquisa. Podem participar das aulas práticas e atuam como dinamizadores nos chamados Gardens – grupos de trabalho em que se discutem temas ligados a antropologia teatral, os Gardens se destinavam instituir ao ar livre: A terceira parte da manhã destina-se ao trabalho com os grupos temáticos, designados Um Jardim de Luz e Sombras – a técnica das oposições, ou, mais simplesmente, Gardens (Jardins), como o chamávamos”... (MARIZ, 2008, p. 21. A ostra e a pérola)

terça-feira, 19 de novembro de 2013

(foto do ateliê do renomado e inspirador filosofo da pintura Francis Bacon)

19/11/2013 - 13o dia de okupaGarden - numa lan house, com R$1,50 no bolso para mandar um recado que fiquei devendo na quinta feira em diante...:

O DEPARTAMENTO DE ARTES DA UFRN CONTINUA A SER SUCATEADO PELO CHEFE E O DIRETOR: SEM INTERNET NAS DEPENDÊNCIAS MUITOS ALUNOS DEDICADOS À OCUPAÇÃO QUE REIVINDICA MELHORIAS, RESPEITO E LIBERDADE ESTÃO IMPOSSIBILITADOS DE COMUNICAR A FALTA DE BEBEDOUROS, PAPEL HIGIENICO, AS FALTAS ILEGAIS DOS FUNCIONÁRIOS, AS COAÇÕES E AMEAÇAS SOFRIDAS, O DESCASO DOS ORIENTADORES QUE SE RECUSAM A ORIENTAR EMBORA SEJAM PAGOS PARA ISSO, MANDAR UM "OI" PARA A FAMÍLIA E AINDA A PRODUÇÃO ARTÍSTICA QUE EM SEGUNDO ALGUM PÁRA. SÃO INÚMEROS DESENHOS, FRASES, RECADOS SENDO SOMADOS À O QUE PARECE CAMINHAR PARA A MAIOR, MAIS AMPLAMENTE DEBATIDA E MAIS DURADOURA INSTALAÇÃO INTERATIVA DE ARTE E AUTO GESTÃO DA HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE, EM QUE MUITOS PUDERAM CONTRIBUIR, APRENDER, SOMAR, DIVERSIFICAR, VERSIFICAR, COLORIR, viver... PROMOVENDO ARTES E ARTES NOS JARDINS OU COLORINDO CARTOLINAS NA SUA TRADIÇÃO DE REVOLTA PRIMÁRIA.

Não perderemos a poesia de vista. Ela nos envolve o dia todo e toda a noite. Mas, no entanto, contudo, todavia, precisamos e precisamos dos serviços que estão sendo sonegados pelos patrõezinhos da UF. PRECISAMOS DA MIDIA INDEPENDENTE PARA ESCLARECER A REAL SITUAÇÃO DE INVENTIVIDADE E ARTIVISMO, sem sofrer mais preconceitos e tentativas de calunias infames nas redes sociais fraquíssimas em debate como facebook e jornais sensacionalistas interessados na manutenção do estado injusto!
Ajude-nos, colabore, comente com sabedoria, participe. A causa é nacional? Espero que nosso grito de gueto ressoe o proibido do mundo:

18/11/2013 – 12º dia da OkupaGarden

Transgênicos, derrubando mata e granjeiros prensando pintos. Isso é cultura.

Bunda sim.

O Papa e a ONU, a tarifa do ônibus, a próxima eleição, a miss da cidade, a propaganda antes do vídeo do youtube.  Isso é cultura.

É, Onu É?
Não. Não é.

O que se dá é relação, mais íntima e atuante que qualquer estudioso possa transcrever. Intima e fortuita. Propícia e frutífera até quando destrói os laços e usa as fitas no cabelo para sair mais bonita na foto. Somos hoje o próprio jardim. Somos a terra, a raiz e o fruto. Somos, de novo, tornados sementes.

O que se passa são escolhas que constroem, nas frações virgula zero zero sei lá não importa quantos segundos, o que tentamos congelar no termo c-u-l-t-u-r-a, mas ela é mutante mais que uma muda, “tudo é igual, no entanto, e contudo, estou mudo”. hÁ uma índia nos meus sonhos. Uma índia tarada, nua. Nua com sprays amarrados nos braços. Grafitando os muros das escolas municipais da periferia da grande Recife. Nua e linda grafitando os muros brancos do país, montada em um cavalo baio e com piercing no mamilo. Nua, me pichando. Dizeres pornograficamente lindos e em meio do sonho pra lá ela me olha e diz: O que eu varri da oca é mais universal do que eu esperava...vamos.

Hoje à noite, aqui em casa
Vai ter festa e trovoadas
Hoje a noite é nossa
E a chuva que se desfaça em trovões e raios que não me partam

Hoje o parto choroso
Merece lentes de contato
De tato saboroso de cheiros
Que transcrevam o amor nascido debaixo de lençóis manchados

Poesia de agora ou nunca
Promessa em eco
Ando
E a noite repleta de calçamento do terceiro mundo
Passa embaixo de mim

Estou além dos céus
Louco pra dar uma volta
Mas a chuva não sabe se cai
Ou não cai

Debaixo destas palavras é mais seguro
Então me asseguro de que dá pra segurar
Hoje,
à noite
Amanhã
eu durmo
O dia inteiro

Hoje à noite
está silencio

De ouvir carro de longe
Espero não seja um monge
nem a polícia

Hoje
à noite dedicado
o dia todo à noite inteira
E amanhã ao tombo n’água

Quero que a praia carregue o cansaço dos dias de clausura e prazeres

Hoje à noite eu danço
E me esqueço do começo disso
Mas amanhã,
menina morena do mundo
bronzeada até os ossos
O sono é seu e o sonho é nosso

Hoje acordei descontente
Gritando otimista:
Eu posso.

Hoje o tempo anda mais lento
E a noite escorre tinta
Picha o mundo de surpresas
E me rasga como um trapo

Hoje à noite
Eu não escapo

Dedico tudo ao mundo
Mesmo ele assim
Tão indiferente

Dedico-me ao incontento
Ao desagrado

Sagrados mesmo só meus dedos amarelos

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