O QUE SOMOS?

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Rio Grande do Norte
.“O chamado staff científico é composto por estudiosos de várias áreas, especialmente teóricos do teatro e antropólogos, ligados a universidade e centros de pesquisa. Podem participar das aulas práticas e atuam como dinamizadores nos chamados Gardens – grupos de trabalho em que se discutem temas ligados a antropologia teatral, os Gardens se destinavam instituir ao ar livre: A terceira parte da manhã destina-se ao trabalho com os grupos temáticos, designados Um Jardim de Luz e Sombras – a técnica das oposições, ou, mais simplesmente, Gardens (Jardins), como o chamávamos”... (MARIZ, 2008, p. 21. A ostra e a pérola)

sábado, 9 de novembro de 2013

CÓRDOBA É AQUI: SAUDAÇÕES AO TERCEIRO MUNDO- desrespeito é bom, mas quem não gosta?

Do dia 08 ao dia 09 de novembro nossa ocupação tem implantado uma inquietação que motiva comentários virtuais encalorados e, talvez por isso mesmo, com pouco a acrescentar a discussão real. Contrariando os pressupostos que guiam nossa vivência, tentamos aqui desviar os pontos de vista para novas interpretações de forma mais didática para, quem sabe, enriquecer os rumos da gestão e  da convivência  entre nossas prezadíssimas paredes:

A confusão entre os termos ocupação/invasão e radicalismo/fascismo podem parecer inocência mas precisam de atenção por parte de gente que estuda arte.

Vimos, por meio deste espaço de interatividade virtual, reiterar nossa posição de apoio a toda e qualquer manifestação artística. Reivindicamos radicalmente o desejo, a necessidade de expressar-se e o experimentalismo descriminalizado imediatamente, justamente a fim de abafar os ecos militaristas que hierarquizam e burocratizam o acesso ao suporte artístico - o espaço, o tempo, a autonomia.

Numa concentração de artistas - poetas, atores, músicos, artistas visuais, designers, dançarinos, filósofos...é impossível generalizar as motivações para a produção de uma obra ou a simples inscrição de uma mensagem nas paredes, mas tendemos a concordar com Leminski , que enquadra a poesia na categoria de "inutensílios", ou seja,  uma ordem de coisas como "um gol do Zico" ou "o orgasmo" ou "o prazer do afeto e da amizade". Coisas que não tem outra razão de ser, a não ser, Ser. Coisas que, elas sim, dão razão à vida.

Contra os poderes de ordem hierárquica e de manutenção das contenções ao livre experimento criativo, principalmente em um departamento de estudos científicos sobre arte e produção de objetos de arte, clamamos por LIVRE EXPRESSÃO e DESCRIMINALIZAÇÃO DAS INTERVENÇÕES NESSE ESPAÇO, que até agora tem sido arbitrariamente interpretadas como DEPREDAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO quando, em verdade, apenas agregaram valor estético a muros,
 ( re )significando o descontentamento com a estrutura física e conceitual que orienta a NOSSA CASA.

Sorrimos comovidos e solidários com a insegurança de alguns colegas de departamento - dissentes e docentes,  que chamaram-nos FASCISTAS, desumanos, medíocres, covardes ou até arriscaram-se em avaliações psiquiátricas sem nenhuma aproximação real com os envolvidos nas manifestações,  revelando mais uma lacuna na constituição ideológica do estudante do terceiro mundo que se faz surdo às mudanças de paradigmas nos campos da arte, ocupado que está em requerer aprovação dos detentores de carimbos onde se lê APROVADO.  Como um dia em Córdoba alguns nos saudaram com uma lição de aproximação e amor ( http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/10/399447.shtml ) , nós também "queremos arrancar na raiz do organismo universitário o arcaico e bárbaro conceito de autoridade que nestas casas de estudo é um baluarte de absurda tirania e só serve para proteger criminalmente a falsa dignidade e a falsa competência", utilizada ultimamente com frequência assustadora em nosso departamento, para coagir os estudantes.

Apesar do não cumprimento de NENHUM dos acordos até agora firmados com "O chefia" do departamento de artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, permanecemos otimistas sobre os rumos da conversa, visto o repentino interesse sobre o tema - apesar dos equívocos, preconceitos, provocações e intolerância de pessoas que ainda não perceberam que o que está em jogo é a chance de, juntos, permitirmo-nos negar a herança autoritária e espinhosa que alguns professores doutores ainda tentam empurrar goela abaixo de seus queridos e subjugados "alunos".

Estamos no DEART. Utilizando meios e meios de comunicação, inclusive o diálogo.
Não queremos herdar seu descaso. Não queremos ser a continuidade dessa submissão medrosa. Não queremos fascismo. Não queremos silêncios perpétuos.

Queremos um SIM, feliz e criativo à vida, à nossa e à de todos que queiram viver. Viver sinceramente.

Sinceramente e Esperançosamente

comissão temporária de assuntos urgentíssimos OcupaGarden



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